Professor da EACH lança livro que discute avanços e reconhece limitações da ciência

Postado em 30 de novembro de 2020

O livro Argumentos, cognição e ciência – no título original, Arguments, cognition and science – need and consequences of probabilistic induction in science – é o novo trabalho do físico André Cavalcanti Rocha Martins, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH/USP). Pesquisador em áreas que vão da física estatística à sociofísica, com a simulação de sistemas sociais e biológicos, o autor reúne informações sobre nossa maneira de pensar, tirar conclusões e construir o conhecimento que conseguem ser interessantes a qualquer público curioso. Mas o alvo visado por Martins é bem delimitado: a ciência e os cientistas que não só a praticam, como a pensam e aprimoram diariamente.

No livro, o físico relativiza nossa capacidade de tirar conclusões sobre a realidade a partir do simples raciocínio. Uma boa parte das nossas decisões rotineiras são tomadas assim: pensando os fatos a partir das informações que temos disponíveis. E não há nada errado com isso – para as pequenas decisões do dia a dia, a serem tomadas rapidamente, muitas vezes esse é o único método disponível. Mas também pode nos ajudar saber que, apesar da nossa confiança em nossos palpites, o raciocínio humano é permeado por vieses que nos fazem tirar conclusões parcial ou totalmente erradas. Assim, para decisões mais delicadas, pensar no assunto não é, sozinho, um bom meio de chegar à melhor resposta.

Se o raciocínio feito observando um conjunto de dados não funciona tão bem para questões mais cotidianas, para a construção do conhecimento científico serve ainda menos como método confiável. Os cientistas sabem disso, e sempre houve na ciência um processo de busca incessante por técnicas melhores e que sejam independentes de nossos vieses. A receita final para se chegar ao conhecimento “verdadeiro” talvez seja inalcançável como algo absoluto – mas a busca precisa se manter.

Leia a entrevista completa que o professor André Martins concedeu ao Jornal da USP comentando vários aspectos de seu novo livro.