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História oral privilegia o conhecimento por meio da escuta
Postado em 08 de setembro de 2020
O estereótipo da mulher negra brasileira
E a escuta que a doutoranda da USP Maria Carolina Casati Digiampietri, orientada por Valéria e pesquisadora do Gephom, está buscando em sua pesquisa são a de mulheres negras casadas com italianos. Ela quer entender como se dá essa relação a despeito do estereótipo da “mulata brasiliana” no imaginários de homens italianos, em que a imagem da mulher negra é hipersexualizada. A proposta do tema do estudo vem da sua experiência com a comunidade italiana. Maria Carolina trabalha em uma associação ítalo-brasileira e é filha de pai italiano e mãe brasileira. “O projeto surgiu de observações de estereótipos que me incomodavam”, afirma a pesquisadora. Devido à pandemia causada pela covid-19 e à restrição de viagens internacionais, a pesquisa teve que ser pausada. “As entrevistas serão com mulheres que moram na Itália, a conversa pessoalmente é fundamental em um trabalho de história oral. A escuta envolve observação de gestos, reação dos entrevistados”, explica Maria Carolina.
Por que banheiro público ainda é separado em homem e mulher?
O questionamento vem das considerações da pesquisa da ativista em direitos humanos Josefina Cicconetti, orientada por Valéria e pesquisadora do Gephom. Ela finalizou o seu mestrado na USP no ano passado e investigou as experiências de mulheres lésbicas nos banheiros públicos na cidade de São Paulo para identificar desigualdades em termos de gênero e sexualidade. “A pesquisa parte de uma experiência pessoal e foi levada à academia para problematizar a situação de outras mulheres que se autoidentificam como lésbicas e são barradas em banheiros públicos por não se adequarem ao padrão heteronormativo de mulher”, conta Josefina.
A partir da entrevista com 10 mulheres lésbicas e suas experiências em banheiros públicos, a pesquisa demonstrou a necessidade de se quebrar barreiras simbólicas e culturais relacionadas à divisão estrutural do banheiro. “Há vários projetos de lei e leis em São Paulo para que esses espaços sejam segregados baseados em tabus, como a possibilidade de mulheres serem violentadas. Mas os números não indicam que as mulheres são violentadas em banheiros públicos”, contesta a ativista.