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Influência da percepção da dor na prática do exercício físico é tema de artigo publicado por aluno egresso da EACH
Postado em 06 de abril de 2021
O aluno egresso do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Atividade Física da EACH/USP, Raul Canestri, publicou recentemente um artigo em um importante periódico científico sobre a influência das respostas neurofisiológicas e perceptivas da dor na prática do exercício físico.
Os dados publicados são oriundos de sua dissertação que foi desenvolvida no LabCAF na EACH com parceria internacional da University of Kent – Reino Unido. Raul foi orientando pelo professor Flávio Pires.
Resumo:
A dor causada pelo próprio exercício potencializa a fadiga e prejudica o desempenho físico em exercícios de endurance. Em nosso trabalho, avaliamos as respostas neurofisiológicas e perceptivas ao exercício de endurance realizado sob dor muscular induzida experimentalmente por um modelo que separa a dor muscular de fadiga muscular. Esse modelo causa dor muscular aguda e controlada após uma injeção contendo solução salina hipertônica.
Após uma série de estudos pilotos de controle metodológico do estudo, nossos participantes realizaram exercício na bicicleta com presença ou não de dor muscular.
Nós medimos respostas neurofisiológicas e perceptivas ao longo do exercício e observamos que quando na presença de dor os participantes desistiam mais cedo do exercício. Em relação as medidas neurofisiológicas, nós observamos que quando os participantes estavam sob estado de dor muscular houve uma alteração na ativação cortical em repouso em nas regiões do córtex pré-frontal e frontal (regiões que processam informações importantes de planejamento e tomada de decisões), por outro lado, durante o exercício, houve uma alteração no córtex pré-frontal e parietal, além de redução na ativação muscular e medidas cardiovasculares. Com relação as medidas perceptivas, observamos que a percepção de esforço e dor aumentaram e a sensação de prazer em fazer exercício diminuiu.
Nosso estudo mostrou que a dor muscular reduziu o desempenho de endurance, promovendo alterações mediadas centralmente, ou seja, em nosso cérebro. Além disso, as medidas perceptivas tem um papel importante na regulação do exercício físico.
