Professor da EACH analisa escândalo de privacidade do Facebook

Postado em 13 de abril de 2018

A questão do uso de dados pessoais pelo Facebook voltou à tona após um ex-funcionário da empresa de consultoria política Cambridge Analytica denunciar a obtenção de milhões de perfis detalhados dos usuários, e seu posterior uso na campanha de Donald Trump e na campanha pela saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. O número de perfis obtidos, segundo dado confirmado pelo Facebook, contabiliza mais de 87 milhões de usuários, que tiveram suas informações fornecidas com a autorização do Facebook, e depois vendidas de maneira indevida pela empresa de consultoria.

O professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH/USP, Pablo Ortellado, explica que é muito difícil medir a real contribuição desse banco de dados na estratégia e sucesso das campanhas, e que a cobertura da mídia tende a supervalorizar essa influência. Em entrevista à Rádio USP, ele ressalta, contudo, que tal “vazamento”, ainda que não tenha sido um elemento decisivo para influenciar o resultado eleitoral, ainda é muito preocupante, pois as possibilidades acerca do uso de tal banco de informações são ilimitadas.

A respeito do uso de estratégias semelhantes nas eleições brasileiras deste ano, o professor também mostra incerteza: “Nada disso está acontecendo aos olhos do público, isso está acontecendo nos bastidores das campanhas”, afirma. Ele também lembra que dados demográficos já são amplamente usados para promoção de propaganda dirigida, e que a influência de dados obtidos no Facebook apenas torna essa prática mais sofisticada. Para saber mais sobre o assunto, confira a entrevista completa no player abaixo.

 

* Da Rádio USP