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Conchas mostram como oceano reagiu ao aquecimento do planeta
Postado em 14 de julho de 2017
No atual contexto de mudança climática global, o estudo do passado adquiriu extraordinária relevância para o desenho de cenários futuros. Pesquisas sobre transformações ocorridas durante a última deglaciação, por exemplo, entre 19 e 12 mil anos atrás, quando a temperatura média do planeta subiu aproximadamente 3,5º C, são fundamentais para aferir a acurácia dos modelos numéricos que buscam projetar o que acontecerá no planeta nas próximas décadas.
Uma dessas pesquisas, conduzida por Rodrigo da Costa Portilho-Ramos, do Instituto de Geociências (IGc) da USP, investigou as mudanças produzidas pelo aquecimento global na camada superior da coluna d’água oceânica – um domínio do sistema climático especialmente difícil de estudar. E resultou no artigo Coupling of equatorial Atlantic surface stratification to glacial shifts in the tropical rainbelt, publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature.
O estudo foi apoiado pela Fapesp por meio do Auxílio à Pesquisa Jovens Pesquisadores, que contempla o projeto Resposta da porção oeste do Oceano Atlântico às mudanças na circulação meridional do Atlântico: variabilidade milenar a sazonal, liderado por Cristiano Chiessi, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP. Chiessi é supervisor do pós-doutorado de Portilho-Ramos e coautor do artigo veiculado na Scientific Reports.
“Apesar de parecerem homogêneos, os oceanos são altamente estratificados, com diferentes camadas na coluna d’água. A camada superficial é de enorme importância para o clima do planeta, porque é nela que ocorre a fotossíntese produzida pelo fitoplâncton. Então, se essa camada superficial é mais espessa ou menos espessa, mais quente ou menos quente, mais produtiva ou menos produtiva, isso tem influência direta na quantidade de carbono lançada ou absorvida da atmosfera. E, portanto, no sistema climático como um todo”, disse Chiessi à Agência Fapesp.
Ele adverte, porém, que modelos climáticos de grande complexidade, como os utilizados no IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), têm muita dificuldade em reproduzir a estratificação da coluna d’água e, portanto, em incorporar essa influência. “Nossa pesquisa permitiu saber, pela primeira vez, como a camada superior dos oceanos variou em um contexto de mudança climática abrupta, associado à deglaciação”, completou.
José Tadeu Arantes / Agência Fapesp, com edição do Jornal da USP (Leia aqui o texto integral)
*Do Jornal da USP