EACH participa da criação do “Observatório de atividades educativas para profissionais de saúde”

Postado em 03 de junho de 2021

COMO COMEÇOU

O projeto teve início com uma pesquisa piloto realizada na zona leste da capital, que buscou conhecer as ações educativas oferecidas aos profissionais de saúde da rede municipal. Os resultados dessa pesquisa, feita entre 2018 e 2019 com 50 profissionais de Unidades Básicas de Saúde (UBS), revelaram que há um empenho, por parte dos serviços de saúde, em oferecer atividades educativas* aos seus profissionais. No entanto, essas atividades muitas vezes não são planejadas nem aferidas, o que impossibilita calcular o impacto ou efetividade das ações.

Após esse diagnóstico preliminar, foi elaborada a proposta para criação do “Observatório de atividades educativas para profissionais dos sistemas públicos de saúde”, fruto da parceria entre a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo por meio da Escola Municipal de Saúde, e o apoio da Pró-Reitoria de Graduação da USP.

A iniciativa de criação deste Observatório foi do Grupo Internacional e Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Formação de Profissionais de Saúde (GIEPS) da EACH/USP, sob a coordenação da professora Eunice Almeida da Silva e a vice-coordenação da professora Régia Cristina Oliveira, em parceria com a Escola Municipal de Saúde, representada pela Dra. Fátima Lico.

A professora Eunice destaca: “O projeto tem como principal finalidade apoiar, conhecer, monitorar e avaliar essas ações educativas, e também fornecer subsídios conceituais, metodológicos e pedagógicos dessas ações”.

A Dra. Fátima Lico, ressalta que o Observatório é uma proposta inovadora. “Será construído um mapa de indicadores qualitativos e quantitativos para que Escola Municipal de Saúde em conjunto com as Escolas Regionais Municipais de Saúde possam monitorar e mensurar o impacto das atividades educativas no desenvolvimento dos profissionais de saúde e no atendimento à saúde da população”.

NA PRÁTICA

Planeja-se percorrer três fases para atingir o pleno funcionamento do observatório, são elas: 1- levantamento das atividades educativas oferecidas aos profissionais da rede de Atenção Primária ao longo do tempo; 2- entrevistas e rodas de conversas com os profissionais de saúde e 3- construção coletiva de indicadores qualitativos e quantitativos para orientar a sistematização, categorização e, também, para auxiliar na mensuração da efetividade das atividades educativas oferecidas aos profissionais.

Como resultado estima-se que este observatório contribua para:
a. Indicar ferramentas de gestão com a finalidade de auxiliar na utilização de métodos avaliativos das atividades educativas e dos profissionais;
b. Auxiliar os equipamentos de saúde na capacitação dos profissionais;
c. Dar mais transparência nos dados sobre a qualificação dos profissionais de saúde;
d. Gerar conhecimento e informação sobre o impacto das ações educativas para o desenvolvimento do profissional e para a promoção, prevenção e assistência à saúde da população.

O Observatório traz contribuições valiosas para a EMS – SMS e SUS, pois, a atualização e o aperfeiçoamento das práticas exercidas pelos profissionais da saúde é componente essencial para as mudanças necessárias em prol da completa implementação do SUS e da saúde da população.

Um exemplo disso pode ser observado com a pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars CoV-2), em que ficou evidenciada a importância de uma avaliação sistemática das atividades educativas para profissionais, com vistas a melhorar o atendimento em saúde, por meio do aprimoramento do profissional, para além de situações emergenciais.

Além das finalidades mencionadas, alguns fatores se destacam no que diz respeito à pertinência deste Observatório para a sociedade: 1- o potencial do mesmo para melhorar o atendimento à saúde da população por meio do aprimoramento e atualização permanente do profissional; 2- a urgência de planejar a inclusão dos aspectos psíquico-físico-social-cultural dos próprios profissionais de saúde e da relação deles com a população, nas ações de Educação Permanente em Saúde, como aspectos relevantes para a qualidade do atendimento em saúde e, no particular, do atendimento em situações de calamidade.

PRÓXIMOS PASSOS

Recentemente o GIEPS apresentou o logo do Observatório e dará início ao projeto piloto na Coordenadoria Regional de Saúde Leste, com o mapeamento das atividades educativas realizadas, no período de 2017 a 2021. No segundo semestre, os pesquisadores começarão a acompanhar as atividades dos Núcleos de Educação Permanente (NEPS) das seis Coordenadorias Regionais de Saúde.

 

*Da Prefeitura Municipal de SP