EACH participa de encontro internacional sobre empresas e sustentabilidade

Postado em 11 de fevereiro de 2016

Sediado e organizado na FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), o XVII Engema (Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente) é um evento anual que reúne acadêmicos e empresários de todo o Brasil para discutir o tema da sustentabilidade no meio empresarial.

Orientadas pelo professor Alexandre Igari, professor da graduação em Gestão Ambiental e no programa de mestrado e doutorado em Sustentabilidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), as alunas Camila Espezio de Oliveira, Thais Camolesi Guimarães e Lilian Penha do Nascimento apresentaram suas pesquisas relacionadas ao tema Abordagens Econômicas para a Sustentabilidade.

Camila pesquisou sobre o efeito do comércio internacional de commodities agropecuárias no ganho ou perda de florestas nos países, em função do seu papel como importador ou exportador. Focada no Brasil, a pesquisa chegou ao resultado de que os países mais desenvolvidos têm a tendência de preservar suas florestas transferindo a produção de commodities como soja, celulose, açúcar, entre outros, para os países em desenvolvimento. Dessa maneira, o desmatamento e suas consequências ocorrem nos países mais produtores das commodities, não dos compradores desses produtos. Em resposta a um questionamento dos ouvintes, Igari explica: “Foi utilizado o cálculo com o saldo comercial de commodities agropecuárias no país, assim podemos considerar como uma ‘pegada de território’”, aproximando com o termo mais conhecido da “pegada hídrica”. A aluna ingressou no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade (PPgS) da EACH para desenvolver os próximos passos do estudo apresentado.

Thais foi responsável pela segunda apresentação da EACH no evento. Seu tema era relativo às perdas econômicas causadas pelas mudanças climáticas, focando na perspectiva das seguradoras e dos produtores agrícolas. O setor agrícola, por ser o mais sensível a alterações no clima, depende do seguro para poder gerenciar riscos. Entretanto, como o aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos aumenta a probabilidade da ocorrência de sinistros, isso leva as seguradoras a aumentarem os valores necessários para segurar as produções, fazendo com que apenas as pessoas com maior risco passem a segurar suas safras, e assim aumenta novamente a probabilidade de ocorrerem sinistros:  esse é o fenômeno chamado de seleção adversa. O trabalho mostra a importância de que o setor de seguros, juntamente com o poder público, invista em medidas de adaptação às mudanças climáticas: medidas estas que se pagariam em longo prazo, aumentando a resiliência dos produtores e reduzindo os riscos à viabilidade financeira das operações das seguradoras.

Já a estudante Lilian focou sua pesquisa no setor bancário e suas influências na qualidade ambiental das propriedades rurais, baseado no Programa ABC, uma linha de crédito rural do BNDES. A partir de pesquisa bibliográfica, coletas documentais e entrevistas com funcionários do banco que mais repassou recursos do Programa e com clientes que contrataram a linha, Lilian chegou à conclusão de que sua implementação tem o potencial para melhorar a qualidade ambiental das propriedades rurais. Foram encontrados aspectos que podem ser melhorados, como o acesso a pequenos produtores, a falta de conscientização dos benefícios ambientais e a necessidade de análise mais completa no processo de liberação do crédito pela parte do banco. “Além disso, algumas finalidades do programa deveriam apresentar critérios ambientais mais abrangentes para evitar prejuízos, por exemplo, na biodiversidade da propriedade”, diz a estudante.

O evento é organizado anualmente pela FEA. Para mais informações, consulte o site oficial do evento.

 

*Da Agência Universitária de Notícias