EACH recebe visita de professores do México e Indonésia para internacionalização de pesquisa e ensino

Postado em 19 de dezembro de 2019

A EACH/USP recebeu, de 16 a 19 de dezembro, a visita de dois professores estrangeiros para discutir oportunidades de colaboração futura em pesquisa e intercâmbio de jovens pesquisadores, em especial de pós-graduação.

Os professores Victor Gonzales Alcaraz, da Universidade de Guadalajara, México, e Dwi Andreas Santosa, da Universidade Bogor, localizada na ilha de Java, Indonésia, foram convidados pelo professor Marcelo Nolasco, da EACH. O suporte financeiro e administrativo para a vinda dos docentes foi viabilizado por um projeto chamado Exceed-Swindon (Excelence Centres for Sustainable Water Management in Developing Countries), coordenado pelo mesmo professor da EACH, e financiado pelo governo alemão por meio do DAAD (Deutscher Akademischer Austauschdienst) e BMZ (Bundesministerium für Wirtschaft und Entwicklung Deutschland).

Os docentes ficaram bem impressionados com o experimento que está em desenvolvimento e com a infraestrutura de pesquisa analítica e experimental instalada nos laboratórios da Escola. Durante a visita, houve a apresentação de seminários pelo grupo de pesquisa GEPASS e pelos professores estrangeiros. Estes serviram de base para orientar as atividades seguintes, para a redação inicial conjunta de um projeto de pesquisa na área de produção de bioenergia em sistemas bioeletroquímicos.

Da esq. para a dir.: Dwi Andreas Santosa, Marcelo Nolasco e Victor Gonzales Alcaraz. Foto: Natália Dourado/EACH

Os estudos realizados pelo grupo mexicano têm sido principalmente na produção de hidrogênio a partir de resíduos agroindustriais, enquanto os da Indonésia têm sido relacionados com a produção de bioeletricidade em arrozais nas plantações em imensos alagados, uma tradição advinda de culturas neolíticas naquela região. Já na USP, os trabalhos têm sido realizados com apoio da FAPESP no âmbito do programa Bioenergia e se utiliza um modelo experimental a partir da simulação de resíduos urbanos e industriais.

Um dos desafios consiste em desenvolver um protótipo eficiente, versátil e robusto que consiga ser ajustado às diferentes condições em que forem implementados de modo que possam produzir bioenergia em comunidades isoladas utilizando-se as diferentes fontes locais de matéria prima para a produção de bioeletricidade, contribuindo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030 da ONU) e ampliar a universalização da energia limpa e do acesso à água limpa e saneamento.

Participaram também dos encontros os alunos de pós-graduação Vitor Cano (doutorando) e Júlio Cano (recém- ingresso no mestrado), ambos do PPg Sustentabilidade. No passado, diversos alunos de pós-graduação da EACH puderam participar de atividades acadêmicas no exterior organizadas e ou financiadas pelo projeto Exceed-Swindon, que incluiu estágios de pesquisa de 1 a 3 meses na Universidade Autônoma do México – UNAM, participação em workshops e congressos na China, Alemanha, Argentina, Tailândia, México, dentre outros, relacionado ao tema água sob os mais diferentes enfoques (gestão, ciência, tecnologia etc).

Além disso, a EACH também recebeu dois alunos de doutorado do Egito para desenvolver parte de seus estudos junto ao Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade. Os doutorandos em arquitetura da Universidade de Mansoura, Ahmed Hassan Eltawil e Esraa Mohammed Elazab, tiveram a oportunidade de fazer um intercâmbio de três meses, financiado pelo Exceed-Swindon com bolsa DAAD. O campo de Ahmed é sobre a adaptação das cidades litorâneas às mudanças climáticas, tendo como estudo de caso cidades brasileiras e egípcias. A pesquisa de Esraa é sobre os mecanismos legais, comportamentais e tecnológicos sobre o uso racional da água em habitações de interesse social, tendo como estudo de caso um condomínio no bairro Paraisópolis, em São Paulo, e outro na cidade do Cairo. Os dois alunos, após 3 meses em São Paulo e coleta de dados, retornaram em meados de dezembro ao Egito para finalizar seus estudos.

Alunos egípcios em intercâmbio na EACH. Foto: Divulgação

De acordo com o professor Nolasco, alunos e docentes têm a possibilidade de fazer intercâmbio para outros países, onde adquirem e transportam conhecimento, especializam-se e voltam para o país de origem com novas perspectivas que podem ser aplicadas em benefício do desenvolvimento nacional.

“Do mesmo modo, alunos e docentes estrangeiros trazem para a USP novas ideias e contribuições advindas de outras culturas que levam ao aumento da necessária “oxigenação” da instituição”, ressalta o professor, que vê a internacionalização das instituições acadêmicas cada vez com maior destaque, já que há evidências de que promove a melhoria de qualidade dos cursos de graduação e pós-graduação, assim como da pesquisa e extensão.

Para mais informações sobre o projeto Exceed-Swindon, acesse o site ou entre em contato pelo e-mail: mnolasco@usp.br

 

 

*Com informações do professor Marcelo Nolasco.