Espaço da EACH mostra como usamos os sentidos para aprender

Postado em 31 de maio de 2019

Uma experiência que une aprendizado e estímulos sensoriais. Quem visita a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, no bairro Ermelino Matarazzo, em São Paulo, pode conhecer os espaços Olfato e Visão. Lá, é possível perceber diferentes aromas e ângulos ópticos de maneira interativa. O projeto Sentidos utiliza a ciência para chamar a atenção do público sobre a importância do olfato e da visão no processo de aprendizagem.

“De acordo com o cone de experiências do [educador americano] Edgar Dale, a aprendizagem envolve os sentidos: 83% através da visão, 11% da audição, 3,5% do olfato, 1,5% através do tato e 1% através da degustação”, explica a professora Rosely Imbernon, coordenadora do projeto.

O Espaço Olfato foi o primeiro a ser construído. Nele, há um painel interativo em que a pessoa tem acesso aos quatro estágios do olfato, podendo sentir aromas cítricos, amadeirados, doces e terrosos. A partir de cada interação, são oferecidas explicações de como os aromas são distinguidos pelo ser humano – tanto na fisiologia do olfato quanto no cérebro. O painel também possui escrita em braile, para inclusão de deficientes visuais.

Inaugurado em 2018, o Espaço Visão conta com diversos elementos baseados em efeitos ópticos. O local possui um caleidoscópio gigante envolto por espelhos que permite o contato com diferentes efeitos e ângulos. Outra parte faz com que o público observe algo de maneira diferente da sua forma real.

O espaço também é utilizado pela disciplina optativa ACH 4074 Conceitos de Óptica Experimental, ministrada pelos professores  do curso de Ciências da Natureza, Alberto e Adriana Tufaile.

“Também queremos incluir um jogo de RPG para trabalhar a questão da luz e cores no visível, um princípio da óptica”, afirma a coordenadora.

Outros espaços de sentidos

Caleidoscópio envolto por espelhos mostra diferentes efeitos e ângulos. Foto: Divulgação/EACH

A novidade é a construção do Espaço Paladar, ainda em desenvolvimento. Ele estará ligado ao Espaço Olfato, já que os dois sentidos estão conectados no corpo humano.

O projeto Sentidos quer ser mais inclusivo nas atividades oferecidas e pretende incorporar a audiodescrição para deficientes visuais e intelectuais, dislexia e idosos. A proposta surgiu a partir de pesquisas realizadas por Fabiana Pioker, educadora do projeto, e alunos de mestrado e iniciação científica da EACH.

A audiodescrição será incorporada, primeiramente, no projeto Cinco Pedrinhas, também da EACH e custeado pelo Santander, para um vídeo em stop motion. “A audiodescrição é muito mais difícil, pois não se trata somente de descrever falas, mas o ambiente, o que está ocorrendo”, explica a professora Rosely.

Como são as visitas

A visitas aos espaços Olfato e Visão possuem uma contextualização inicial na entrada e explicação de como funcionam os equipamentos. A orientação é que entrem, em média, dez pessoas por vez para melhor aproveitamento.

“Explicamos o funcionamento dos aparelhos, suas características e curiosidades. As pessoas ficam livres para circular nos espaços. Neste tempo, os visitantes leem, visualizam, interagem com o material, além de sentirem até quatro fragrâncias diferentes e se verem nos espelhos em ângulos que não costumamos explorar”, explica Elen Faht, uma das educadoras do projeto.

Estrutura do Espaço Olfato fornece explicações sobre o sentido e resposta cerebral. Foto: Divulgação/Projeto Sentidos

Para visitar os espaços, é preciso enviar um e-mail para visitacienciaeach@usp.br ou entrar em contato pelo telefone (11)3091-1066 informando a data, horário, quantidade de visitantes e faixa etária das pessoas. “Nos agendamentos, procuramos saber os objetivos da visita, para direcionar a monitoria no espaço”, relata Elen.

Quem orienta as visitas são as próprias educadoras ou os monitores, que podem ser estagiários do curso de Licenciatura em Ciências da Natureza ou de outros cursos da USP. Para realizar as atividades, eles passam por uma formação prévia sobre os espaços.

 

*Do Jornal da USP