Lançamento do livro “Nascimento: perspectivas antropológicas” será realizado no VIII Encontro de Obstetrícia

Postado em 08 de novembro de 2017

Acontecerá no próximo dia 10 de novembro na EACH, durante o VIII Encontro de Obstetrícia, o lançamento do livro “Nascimento: perspectivas antropológicas”.

O VIII Encontro de Obstetrícia se iniciou na manhã desta quarta-feira, na EACH

A obra conta com a autoria e colaboração de alunos, ex-alunos e professores da EACH. O livro tem como autores: Edemilson Antunes de Campos, Dulce Maria Rosa Gualda e Neide Souza Praça, além das ex-alunas do curso de Obstetrícia da EACH Natália Rejane Salim e Glauce Cristine Ferreira Soares.

Os professores que colaboraram com a obra são: Claudia Medeiros de Castro, Elisabete Franco Cruz, Jacqueline L.M. Brigagão, Maria Aparecida de Jesus Beli, Nádia Zanon Narchi, Regia Cristina Oliveira e Roselane Gonçalves Feliciano.

Confira todas as informações do VIII Encontro de Obstetrícia, que iniciou as suas atividades nesta quarta-feira.

Saiba mais sobre o livro: Nascimento: perspectivas antropológicas

Se, no século XIX e no princípio do XX, nascer era uma situação que ocorria no convívio do núcleo familiar, sob atenção da parteira, a introdução da atuação masculina, na pessoa do médico, levou a mulher a parir em unidades de saúde, uma vez que o nascimento passou a ser visto como condição de risco de vida para a mãe e o bebê.

Este atendimento medicalizado tirou da mulher a possibilidade de ser agente no processo do nascimento, tornando-a um elemento passivo, sob a vigilância e atuação do profissional da área de saúde. A universalização do assistir biomédico, no entanto, aos poucos foi mostrando que o nascimento exigia mais cuidados além do ato de atender tecnicamente a parturiente e seu filho.

Paralelamente, as práticas baseadas em evidências passaram a mostrar que a assistência ao parto poderia ser modificada, excluindo-se determinados procedimentos ou limitando-os ao extremamente necessário, além de propiciar a inserção de práticas, no parto, que trouxessem maior satisfação à mulher e sua família. Porém, para que estas práticas sejam adotadas,
o profissional da área da saúde deve reconhecer seu papel como agente transformador de um modelo consagrado, mas insuficiente para o bem-estar do binômio mãe-bebê.

À luz da paulatina transformação na assistência ao nascimento, verificada principalmente em países europeus, alguns autores que transitavam em ambos os campos, das humanidades e da saúde, iniciaram um movimento onde valorizavam as crenças, as tradições e os valores de um dado grupo que, ao compartilhar ações baseadas na sua cultura, chegariam a resultados favoráveis na atenção à saúde e ao tratamento.

É nessa linha que a antropologia passa a ter importância para uma compreensão renovada do processo de nascimento. Disciplina especializada no estudo do “Outro”, da diversidade sociocultural, a antropologia permitiu desenvolver uma perspectiva crítica frente às nossas “verdades” mais fundamentais, favorecendo a construção de uma nova abordagem do corpo, da saúde e, particularmente, do nascimento.