Oficina de Gastronomia da EACH/USP abordou a questão dos refugiados

Postado em 09 de maio de 2018

Com a finalidade de proporcionar, dentro da USP, uma forma mais prática de tratar da questão dos refugiados, integrando o assunto no processo de formação dos estudantes, foi realizada no final de mês de abril uma Oficina Gastronômica que abordou este tema, no Laboratório de Gastronomia da EACH/USP.

Pelo menos 40 estudantes puderam aprender um pouco mais sobre a culinária e a cultura da Costa do Marfim com Claudia Kouakou e Olga Yavo, que são refugiadas daquele país. A atividade faz parte do projeto: “Mobilidades e diásporas contemporâneas: reflexões e práticas de reintegração social de refugiados em São Paulo”.

Na oportunidade, os estudantes puderam interagir com as refugiadas, conhecer um pouco de seu país e “colocar a mão na massa” para cozinhar uma receita típica do país: o Kedjenou. Trata-se de um prato à base de galinha acompanhado de vegetais e arroz branco. Os participantes também aprenderam a fazer um suco de frutas, já que, de acordo com Claudia e Olga, na Costa do Marfim não é comum o hábito de se tomar refrigerantes durante as refeições. O suco leva laranja, maracujá, manga, limão, hortelã, gengibre e erva-doce. A oficina aconteceu em dois períodos: durante a tarde, às 15h30, e a noite, a partir das 19h.

O grande propósito desta atividade foi difundir, entre a comunidade acadêmica, a importância de se conhecer a realidade de refugiados no país. Somente em 2017, mais de 30 mil pessoas solicitaram refúgio Brasil, que, por ser signatário da Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados (1951), deve acolher e analisar os pedidos no âmbito da Comissão Nacional para os Refugiados (CONARE).

Neste contexto, de uma maneira lúdica e informal, a oficina contribuiu para que estes temas estejam mais visíveis e presentes nas vidas de estudantes da EACH, público-alvo principal da oficina. A oficina também é uma oportunidade de conjugar debates que envolvam o ensino de graduação (com ênfase no Ciclo Básico), a extensão e a pesquisa – tanto em iniciação científica, quanto na pós-graduação.

A atividade contou com o apoio da coordenadora do Curso de Lazer e Turismo, professora Juliana Pedreschi Rodrigues, a partir da cessão do uso do laboratório didático de gastronomia.

O sucesso da oficina nos dois horários se refletiu nos comentários dos participantes – através de página no Facebook da disciplina Estudos Diversificados I – na qual o tema do refúgio tem sido tratado pelo professor da EACH Thiago Allis:

“Devemos ter outra oficina em breve”, “sejam bem-vindas ao Brasil, meninas”, “adoramos conhecer sobre um país que não é muito falado”, “parabéns pela simpatia e atenção, boa sorte aqui no Brasil”, “estava uma delícia!” – entre as muitas ditas.

Mobilidades e diásporas contemporâneas: reflexões e práticas de reintegração social de refugiados em São Paulo

O projeto “Mobilidade e Diásporas Contemporâneas: contribuições para Reintegração de Refugiados em São Paulo”, coordenado pelo professor Thiago Allis, com a participação das bolsistas Bárbara Cardoso, Clélia Regina, Lilian Cardoso e Priscila Custódio, tem por objetivo contribuir na inserção das pessoas em situação de refúgio na cidade de São Paulo.

Um dos focos principais do projeto, executado no âmbito do Programa Unificado de Bolsas (2017-2018), é proporcionar atividades de lazer e turismo,  ainda desconhecidas para muitos refugiados, inclusive porque, em geral, estão concentrados em temas mais urgentes, como, por exemplo: busca por trabalho e moradia, resolução de questões burocráticas, aprendizado da Língua Portuguesa, entre outras.

As atividades do projeto contam com parcerias com outras organizações da cidade que já têm atuação com este público, como o Abraço Cultural. Dentre as ações já realizadas, destaca-se a inclusão de um grupo de refugiados no “Giro Cultural”, projeto de extensão da USP que oportuniza passeios por equipamentos culturais de São Paulo. Outra atividade que vem sendo feita, em parceria com o Biketour SP, organiza passeios de bicicletas com grupos de refugiados. Todas estas atividades são planejadas e acompanhadas pela equipe de bolsistas do projeto.