Projeto de extensão da EACH faz roda de conversa com mulheres refugiadas

Postado em 11 de julho de 2019

No último dia 22 de junho o projeto de extensão universitária “Mobilidades e diásporas contemporâneas: Reflexões e Práticas de Reintegração Social de Refugiados em São Paulo” que possui como orientador o professor da EACH, Thiago Allis,  em parceria com a organização sem fins lucrativos Compassiva, que atua com crianças, adolescentes, mulheres e refugiados em situação de vulnerabilidade na cidade de São Paulo, realizaram uma roda de conversa entre mulheres, que teve como recorte incentivar a apropriação dos espaços de lazer e turismo e, consequentemente, do direito à cidade por elas.

O encontro foi feito pela manhã no Parque da Água Branca e reuniu voluntárias e a responsável Débora, da Compassiva, juntamente com as bolsistas Bárbara Cardoso, Eliane Nunes e Sara Sulamita, representando o projeto de extensão no encontro.

Entretanto as participantes de destaque foram Fátima e sua filha Elham, que estava com o filho Mohamed. Eles são refugiados da Síria e estão no Brasil há menos de um ano e ainda possuem dificuldade com a língua e, consequentemente, na comunicação. Entretanto, o filho de Elham auxiliou muito bem a mãe e a avó durante todo o encontro, traduzindo e interagindo com todas.

Foi uma surpresa muito agradável, já que Mohamed fala e entende o português com tamanha facilidade, mesmo tendo apenas 10 anos. Quando ocorre o questionamento por todos de sua facilidade, ele sorri e diz que é por conta da escola. A família pediu refúgio no Brasil devido à guerra que devastou seu lar nativo, a Síria. Fátima, durante a atividade, esboçou essa questão quando as bolsistas perguntam o que faz gostar do Brasil, e a mesma responde “aqui não tem guerra”.

Durante toda a atividade explorou-se os pontos turísticos da cidade de São Paulo, como o MASP (Museu de Arte de São Paulo), Museu do Futebol, Museu Catavento, Observatório do Carmo, Museu da Imigração, MAC-USP (Museu de Arte Contemporânea), Parque da Cantareira, Horto Florestal, dentre outros.

Os lugares foram mostrados através de cartolinas que continham o endereço, foto e horário de funcionamento. Além disso, também foram levados alguns mapas da cidade, de modo que pudessem localizar os equipamentos de lazer e turismo citados e assim facilitar a escolha e discussão entre as participantes.

Vale ressaltar que o projeto de extensão e a organização social Compassiva sentiram a necessidade dessa atividade com recorte de gênero, pois notaram que as mulheres sentiam-se mais à vontade para se comunicarem quando estavam em atividades apenas com outras mulheres. Os próximos passos serão realizar as atividades que elas mais gostaram, em breve.

Em contato com as refugiadas Fátima e Elham, depois da atividade, elas relataram que “sentiram-se amadas por todas e com extrema alegria no encontro”.