Aluno da EACH tem trabalho premiado na Convenção Nacional dos Departamentos Científicos da Academia Brasileira de Neurologia

Postado em 07 de agosto de 2019

O aluno do programa de Mestrado em Ciências da Atividade Física da EACH, Jumes Lira, recebeu o prêmio de melhor trabalho científico na “Convenção Nacional dos Departamentos Científicos da Academia Brasileira de Neurologia”, realizada neste mês na cidade de Campinas.

Com o título “Indivíduos com bloqueio da marcha não apresentam inibição pré-sináptica durante o ajuste postural antecipatório”, o trabalho do aluno da EACH se destacou entre pelo menos três mil participantes do Congresso. A pesquisa contou com a orientação da professora Carla da Silva Batista, da EACH.

Saiba mais sobre o trabalho:

O bloqueio da marcha, denominado em inglês freezing of gait, é um fenômeno clínico pobremente entendido da doença de Parkinson. Pessoas que apresentam esse fenômeno clínico não conseguem iniciar o passo, pois elas têm a sensação de que os pés ficam “colados” no chão, mesmo assim, na tentativa de saírem do lugar, as pernas tremem, porém, o resultado final é queda com deslocamento do corpo para frente e os pés continuam “colados” no chão.

Uma possível causa desse sintoma é a deficiência na preparação postural para iniciar o passo. Assim, neste trabalho, o aluno Jumes Lira, orientado pela professora Carla da Silva Batista, investigou se um importante mecanismo da medula espinhal, conhecido como inibição pré-sináptica, que modula as informações do cérebro para a medula espinhal durante o movimento, poderia estar relacionado com esse sintoma e também se poderia explicar parcialmente esta deficiência em iniciar o passo.

Para isto foram comparadas 27 pessoas com freezing of gait, 22 pessoas que não têm este sintoma, mas possuem a doença de Parkinson e 21 pessoas saudáveis. Todos fizeram a tarefa de iniciar o passo e este mecanismo foi avaliado no exato momento de início do passo, momento em que ocorre a preparação postural.

Os achados do trabalho demonstraram que pessoas com freezing of gait não têm inibição pré-sináptica, além disso, essa falta de inibição pré-sináptica foi associada com maior gravidade do freezing of gait nessas pessoas. Porém, as pessoas quem não apresentam este sintoma (somente a doença de Parkinson ou os saudáveis) têm inibição pré-sináptica.

Desta forma, foi possível concluir que essa falta de inibição pré-sináptica no início do passo associada com maior gravidade deste sintoma pode ser umas das explicações deste fenômeno clínico denominado em inglês como freezing of gait.

Co-autoria do trabalho:

Carlos Ugrinowitsch(1), Daniel Boari Coelho(2), Luis Augusto Teixeira(1), Andrea Cristina de Lima-Pardini(2), Fernando Henrique Magalhães(1), Egberto Reis Barbosa(1), Martina Mancini(4), Fay B. Horak(4). Instituições: Universidade de São Paulo(1); Universidade Federal do ABC(2); Queen´s University, Kingston(3); Oregon Health and Science University, Portland(4).

Visite o site do evento