Índice de Revistas de Engenharia

 

 

Esta página tem como proposta expor os projetos acadêmicos a respeito da História da Engenharia no Brasil, encabeçados pelo professor Dr. Rogério Monteiro de Siqueira. O projeto atual desenvolve pesquisas acerca dos Periódicos sobre matemática, física e engenharia na Primeira República. 

Durante os três primeiros quartos do século XIX, figura entre as instituições de ensino superior no Brasil somente uma escola de engenharia, a Academia Real Militar. Este quadro começa a mudar na segunda metade do Segundo Reinado quando o ensino militar é separado do civil, em 1874, e a Escola Militar vê-se dividida em duas instituições de ensino: a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, alocada no Largo São Francisco, no mesmo prédio onde as disciplinas científicas eram ensinadas, e a Escola Militar da Praia Vermelha, onde os estudantes sofriam aquartelamento desde 1863.

Esse quadro de instituições mudará com a chegada da Primeira República, quando aparecem nos primeiros quinze anos cinco novas escolas de engenharia no Brasil: A Escola Politécnica de São Paulo, em 1893, a Escola de Engenharia de Porto Alegre, em 1896, o Mackenzie College, em 1896, a Escola Politécnica da Bahia, em 1897, e a Escola Livre de Engenharia em Pernambuco, em 1905. Em decorrência da aparição dessas escolas, percebe-se também um aumento vertiginoso na população de engenheiros. Tal crescimento da população de engenheiros e das escolas de engenharia na Primeira República possibilitou um importante processo de distinção cultural nessa população de engenheiros que incluiu, por exemplo, o aparecimento de um mercado editorial dedicado exclusivamente a este público, que se ocupava em importar, traduzir e escrever obras de engenharia e ciências exatas, e editar uma série de revistas ligadas às escolas de engenharia do período. De maneira geral, essas revistas costumavam publicar toda sorte de textos escritos sobre engenharia e ciências exatas por gente ligada às escolas de engenharia, fossem professores ou alunos, atuantes ou distantes, uma clara especialização na produção do conhecimento quando comparamos com os típicos veículos científicos do Primeiro Reinado cuja linha editorial contemplava tanto as letras e as críticas literárias quanto as ciências.