Projeto de ex-alunas leva esporte e cultura a jovens da zona leste
Rugby, dança e teatro são algumas das atividades desenvolvidas pela Associação Panoá na comunidade ao redor do campus da USP na zona leste de São Paulo
Após ingressar na Universidade, um grupo de alunas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP passou a enxergar a necessidade de contribuir com a realidade do entorno ? o campus é localizado na zona leste de São Paulo, região conhecida pela alta concentração populacional e diversidade cultural, mas também por desigualdades socioeconômicas.
Como integravam o time de rugby da EACH, acharam que essa poderia ser uma atividade interessante para desenvolver junto a crianças e adolescentes que moravam nos arredores. Por não terem experiência prática de ensino, o grupo entrou em contato com o Rugby Para Todos (RPT), um projeto social da comunidade de Paraisópolis, e durante seis meses avaliaram juntos qual seria a melhor maneira de tornar a ideia realidade. Assim nascia a Panoá, que é um projeto de Cultura e Extensão da USP e uma associação.
Com a divulgação nas escolas desse esporte ainda pouco conhecido, o projeto logo atraiu o interesse da comunidade. ?Fomos nos aproximando das crianças e percebemos que havia a necessidade de criar mais atividades para contribuir com a região. Então nos separamos do RPT, porque não queríamos ficar apenas com o rugby?, conta Pyera Martins Pizzuto. Formada em Gestão de Políticas Públicas pela EACH, ela é uma das atuais responsáveis por administrar a organização.
Em 2012, o grupo aumentou e passou a se envolver também com atividades culturais. Começaram a organizar saraus com a ideia de proporcionar discussões sobre o bairro, valorizar o espaço e o que é feito na comunidade. A pedido dos alunos, também foram oferecidas aulas de dança, teatro, capoeira, mídia e comunicação que são realizadas semanalmente e contam com cerca de 13 crianças por atividade.
Segundo Pyera, a missão da Panoá é contribuir com o desenvolvimento local e humano por meio do trabalho em conjunto e o empoderamento das pessoas da comunidade. Para isso, são realizadas parcerias com grupos dos bairros atendidos, como escolas e postos de saúde. Um dos projetos mais recentes da associação foi encontrar um voluntário para criar um curso de francês voltado aos funcionários do posto de saúde ? a ideia é que eles possam aprender a se comunicar para poder atender os refugiados que estão se mudando para a região.
Lilian Rodrigues de Sousa, de 15 anos, ficou sabendo do projeto por meio de uma divulgação feita em sua escola. Curiosa para saber como era o rugby, decidiu participar. Após quatro anos de treino com a associação, ela treinará agora com a Academia de Rugby da Unilever em parceria com a Confederação Brasileira de Rugby. De acordo com Lilian, a Panoá foi responsável por uma grande mudança em sua vida. ?Eu fiquei mais madura e fiz novos amigos?, diz a menina.
O professor José Renato, do curso de Gestão de Políticas Públicas, inscreveu a associação como projeto de Cultura e Extensão e, desde então, a Panoá tem recebido recursos da USP para ajudar a se manter. Para complementar a renda, são realizados também brechós e rifas.
Para acompanhar o trabalho da Panoá, acesse o facebook ou entre em contato pelo e-mail comunicacao.panoa@gmail.com.