Professor da EACH ajudará a coordenar estudo internacional sobre os impactos das mudanças climáticas na Amazônia
Postado em 12 de fevereiro de 2021
![Professor da EACH ajudará a coordenar estudo internacional sobre os impactos das mudanças climáticas na Amazônia Professor da EACH ajudará a coordenar estudo internacional sobre os impactos das mudanças climáticas na Amazônia](http://www5.each.usp.br/wp-content/uploads/2021/02/Field-work-in-the-Xingu-River-2-563x353.jpg)
Aquecimento global. Desmatamento ilegal. Poluição. Estas são algumas das questões que têm deixado a pauta das “Mudanças Climáticas” entre as mais discutidas e preocupantes dos últimos tempos. Estas mudanças afetam a vida em todos os níveis. Neste sentido, o mundo tem olhado com preocupação para a maior floresta tropical do planeta, a Amazônia.
Para uma parte significativa da Amazônia, os modelos climáticos atuais projetam climas mais quentes e secos no futuro, o que poderia tornar grandes áreas inadequadas para espécies adaptadas às florestas úmidas e aumentar a suscetibilidade da vegetação a incêndios, promovendo a savanização. Isso, por sua vez, reduziria a biodiversidade, a biomassa, o armazenamento de carbono e a produtividade das florestas, além de reduzir ainda mais as chuvas locais e afetar os níveis da água dos rios. Entretanto, o clima da Amazônia também sofreu marcantes alterações no passado geológico, o que provavelmente causou fortes reorganizações da biota amazônica. O conhecimento destes eventos passados pode ajudar a estimar possíveis impactos das mudanças climáticas no futuro.
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Para tratar desse tema, um estudo fortemente multidisciplinar intitulado “CLAMBIO – Assessing the effects of past and future climate change on Amazonian biodiversity“, que tem o professor do curso de Gestão Ambiental da EACH/USP, Cristiano Chiessi, como um dos coordenadores, “busca, ao mesmo tempo, gerar uma nova abordagem sobre os prováveis impactos das mudanças climáticas na biodiversidade amazônica, identificar possíveis estratégias de mitigação e ajudar os povos afetados a reconhecer as tendências de mudança ambiental e comunicar suas necessidades aos tomadores de decisões” de acordo com o professor.
Ainda, de acordo com o professor Chiessi, “pretendemos integrar dados paleoclimáticos, sobre a distribuição de espécies, genômica de populações e filogenética de comunidades para reconstruir a história demográfica recente de populações em grupos de plantas e animais selecionados e inferir como as mudanças climáticas passadas afetaram a estabilidade do habitat, a dispersão e as extinções locais.”
Neste sentido, os dados ambientais atuais serão usados tanto para caracterizar habitats adequados e identificar as restrições mais importantes nas distribuições de espécies vegetais e animais, como para modelar a maneira como as distribuições de habitats adequados podem mudar no futuro, dados os cenários climáticos atuais e o provável aumento do risco de incêndios florestais. Esses resultados serão integrados para estimar o grau de singularidade e vulnerabilidade das comunidades biológicas na Amazônia. Como os povos ribeirinhos e indígenas dependem das florestas para sua subsistência, os estudos serão feitos em estreita colaboração com organizações dos povos indígenas nas bacias hidrográficas de dois grandes rios, o Xingu e o Negro.
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O projeto foi aprovado em uma chamada da rede internacional BiodivERsA com foco em “biodiversidade e mudanças climáticas”. Esta chamada foi altamente competitiva, com 231 projetos inscritos e apenas 21 aprovados. Ela contou com recursos de 25 milhões de Euros de agências financiadoras de países predominantemente europeus, além da participação do Brasil, com a FAPESP, por exemplo. As propostas aprovadas apresentam marcante internacionalização, contando com pesquisadores de, pelo menos, três nações distintas. A componente do projeto coordenada pelo pofessor Cristiano M. Chiessi é financiada pela FAPESP e será desenvolvida na EACH. O projeto terá a duração de três anos.
Participam do projeto os seguintes pesquisadores: Hanna Tuomisto, University of Turku, Finlândia (coordenadora geral do consórcio); Florian Wittmann, Karlsruhe Institute of Technology, Alemanha (pesquisador principal); Camila Ribas, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Brasil (pesquisadora principal); Cristiano Chiessi, Universidade de São Paulo, Brasil (pesquisador principal); e Carlos Peres, University of East Anglia, Reino Unido (pesquisador principal).
Conheça o site do projeto: https://sites.utu.fi/amazon/research/clambio/
Veja também o link da componente do projeto coordenada pelo Prof. Dr. Cristiano M. Chiessi na Biblioteca Virtual da FAPESP.