Pesquisa de professores da EACH levanta dados sobre a disseminação de notícias falsas pelo WhatsApp

Postado em 03 de maio de 2018

Pesquisa realizada por professores da EACH levantou diversos dados sobre a rápida disseminação de notícias falsas que passaram a circular poucas horas após o assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido no Rio de Janeiro no último mês de março.

Para investigar a dinâmica da disseminação dos boatos, o grupo de pesquisa “Monitor do Debate Político no Meio Digital”, coordenado pelos professores da EACH Pablo Ortellado e Márcio Moretto, montou um formulário online divulgado nas páginas “Quebrando o Tabu” e “Marielle Franco”.

Entre os dias 26 de março e 3 de abril foram recebidas respostas de 2.520 pessoas que afirmaram ter recebido determinados boatos por meio de redes sociais. Foram descartadas aquelas informações com datas incompatíveis ou que receberam por outros meios além do WhatsApp.

Entre as informações que foram levantadas pela pesquisa, estão as seguintes:

  • Os boatos ligando Marielle Franco ao tráfico começaram a circular muito cedo, apenas algumas horas após a sua morte.
  • Os boatos circularam primeiro pelo WhatsApp, depois emergiram no Twitter e Facebook e ganharam ampla difusão quando foram relatados pela imprensa.
  • No WhatsApp, os boatos circularam mais por grupos de familiares (51%) do que por grupos de amigos (32%) ou de colegas de trabalho (9%).
  • A dinâmica de difusão no WhatsApp foi bastante lenta, tendo demorado entre 4 e 5 dias para se difundir amplamente

 

Meios de transmissão dos boatos

Entre os boatos pesquisados, o texto que apareceu em várias versões dizendo que Marielle engravidou aos 16 anos e era ex-mulher de Marcinho VP do Comando Vermelho, por exemplo, foi disseminado principalmente por grupos familiares de WhatsApp, correspondendo a 51% do total de pessoas que responderam aos formulários online.

Depois vieram os grupos de amigos (32%), grupos de colegas de trabalho (9%) e outros grupos ou mensagens diretas (9%) tiveram uma importância menor no transmissão dos boatos.

Confira o relatório sobre a pesquisa.